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REPRESENTANTES DA COLÔNIA ESPERANÇA SÃO HOMENAGEADOS PELA CÂMARA

por Camara Municipal publicado 24/06/2024 15h05, última modificação 07/10/2024 10h54
REPRESENTANTES DA COLÔNIA ESPERANÇA SÃO HOMENAGEADOS PELA CÂMARA

  A Câmara Municipal de Arapongas realizou na noite da última sexta-feira (21) sessão solene para a outorga de Títulos de Cidadão Honorário e Benemérito aos srs. Massake Makiyama e Ignácio Suzuki, residentes na Colônia Esperança, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados. A data de entrega das honrarias, propostas pelo vereador Major Arduin, coincidiu com a semana em que se comemorou os 116 anos da imigração japonesa no Brasil (18 de junho de 1908), quando os primeiros japoneses chegaram a bordo do navio Kasato Maru (Navio da Esperança), no Porto de Santos, São Paulo. “Que estas homenagens que prestamos hoje possam se irradiar por toda a comunidade nipônica, a quem temos o maior carinho, respeito e reconhecimento pela importância e influência, principalmente no desenvolvimento da nossa cidade”, disse o vereador. A solenidade foi prestigiada pelo prefeito Sérgio Onofre, familiares e amigos dos homenageados. Tanto Massake Makiyama, quanto Ignácio Suzuki, em seus pronunciamentos, agradeceram as homenagens e focaram em destacar a chegada daqueles que iniciaram a formação da Colônia Esperança com muito esforço, trabalho e disciplina (veja abaixo na trajetória). Para o prefeito Sérgio Onofre, as homenagens prestadas pela Câmara aos representantes da Colônia Esperança, são importantes não só para a comunidade japonesa, mas para toda a cidade pelo que representam. “Uma trajetória de trabalho e dedicação, além de ações que contribuíram para o crescimento de Arapongas”, destacou o prefeito. Já o presidente do Legislativo, vereador Márcio Nicke, poder vivenciar homenagens que dão o devido crédito às comunidades – nesse caso, a nipônica, que tem grande importância para a história de Arapongas, é um privilégio e uma emoção única. “A comunidade japonesa, aqui representada pelos nossos homenageados, se destaca pela dedicação e extrema competência em tudo que faz, e é impossível imaginar Arapongas no nível de desenvolvimento que está hoje sem a participação do povo japonês”, observou.

TRAJETÓRIA DOS HOMENAGEADOS

- MASSAKE MAKIYAMA (TÍTULO DE CIDADÃO HONORÁRIO): O senhor Massake Makiyama, com 86 anos, carinhosamente chamado Seu Miguel, nome de batismo, nasceu em Cambará, Paraná, no dia 26 de abril de 1938. Filho de Tsujimatsu Makiyama e Soya Makiyama. Chegaram à Colônia Esperança em 1940. Casado com Margarida Makiyama, onde tiveram 7 filhos. Todos formados com curso superior. A família Makiyama sempre foi atuante no desenvolvimento desta comunidade, principalmente na construção da Igreja Sagrado Coração de Jesus, que ocorreu entre os anos de 1950 a 1955. Seu Miguel em 1950 cursou o Ensino Primário no Grupo Escolar “19 de Abril”, atual Escola Estadual do Campo “Frei Graciano Droessler”. Em 1954 teve seu primeiro professor de música clássica, Seu Kamimura, uma paixão que cultiva até hoje. Todos os dias passa horas dedilhando seu violão com músicas clássicas. De 1958 à 1963 participou da Banda Musical “Lira da Colônia Esperança”, sob a regência do maestro e compositor Sr. Leoni Biágio e seu filho Pedro Biágio. Seu Miguel sempre foi uma pessoa que se dedica a pesquisa, buscando sempre aprimorar e descobrir novas variedades da Botânica, em especial na área da fruticultura. Com a forte geada de 1975, a agricultura sofreu um impacto enorme, pois o cultivo do café era o que sustentava as famílias desta comunidade. Seu Miguel iniciou um investimento na área da fruticultura. No ano de 1979, esteve em sua propriedade o engenheiro agrônomo Massasuke Mashima, responsável pela área de fruticultura da extinta Cooperativa Agrícola de Cotia. Este interessou-se pelo fruto de um abacateiro que foi plantado no pasto de sua propriedade na década de 50. Verificou que este fruto era de alta produtividade, tolerante a baixas temperaturas e de maturação tardia, concentrada principalmente nos meses de agosto a dezembro, identificada com o floral do grupo B. Por sugestão do agrônomo Mashima, o nome escolhido foi Margarida, em homenagem a sua esposa. S Em junho de 1983 foi oficializado pelo antigo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) as características físicas e químicas do fruto do cultivar Margarida pelo Dr. Sérgio Luís Colucci de Carvalho, Carmem Silva Vieira e Pedro Manoel Oliveira Janeiro Neves, sendo publicada na Pesquisa Agropecuária Bras. Brasília, 18(6):635-639, junho de 1983. O abacate Margarida foi produzido em larga escala pelos viveiros existentes na Colônia Esperança desde a década de 80, pois seu Miguel passou seu conhecimento para outros viveiristas de mudas, uma filosofia que prega até hoje, “fazer o bem sem olhar a quem”. As mudas foram espalhadas por todo o Brasil, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no nosso próprio Estado do Paraná. O abacate Margarida tem uma aceitação muito grande de comercialização, inclusive no exterior. Sua cotação de mercado aparece na Bolsa de Valores. Seu Miguel sempre foi autodidata, mesmo com pouco estudo, procura aperfeiçoar suas pesquisas com muita leitura e experiências práticas. Destaca-se nestes últimos 20 anos a pesquisa também sobre a Lichia. Onde conseguiu diminuir a semente no tamanho de um caroço de azeitona, procurando em última escala produzir a Lichia sem sementes. Outra paixão do Seu Miguel são as orquídeas. Ganhou matrizes de amigos orquidófilos que conseguiu reproduzir e fazer cruzamentos gerando novas variedades. Produziu em grande escala por laboratório, conseguindo fazer milhares de mudas de orquídeas. São conhecidas por serem muito viçosas e de uma aparência muito bem cuidada. Atualmente Seu Miguel é referência quando se trata de abacate. Sendo indicado pela Secretaria Estadual de Agricultura do Estado, pelo antigo IAPAR e outros institutos e faculdades para orientar pesquisadores, agricultores, estudantes com relação ao abacate, inclusive recebendo na propriedade estagiários e pesquisadores estrangeiros.

- IGNÁCIO SUZUKI (TÍTULO DE CIDADÃO BENEMÉRITO): A trajetória de vida e as contribuições do Sr. Ignácio Suzuki são motivos mais do que suficientes para justificar a concessão do título de Cidadão Benemérito. Sua história exemplar começa com o seu nascimento em 11 Mar 1942 na Colônia Esperança, filho de Koshiro Suzuki e Itsuko Suzuki, onde desde cedo foi imbuído dos valores de trabalho árduo, respeito e solidariedade. Ao se casar com a jovem Iracema Midori Hara Suzuki, em 30 de novembro de 1969 na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, cerimônia que foi realizada pelo Frei Graciano Droessler, o Sr. Ignácio Suzuki estabeleceu uma família sólida e amorosa, que se tornou o núcleo de sua vida. Os quatro filhos do casal são exemplos do sucesso alcançado através da educação e dos princípios demonstrados por seus pais. Claudia Mistsuko Suzuki, Lourdes Mary Suzuki, Romeu Akira Suzuki e Alexandra Rumy Suzuki têm se destacado em suas respectivas áreas profissionais, demonstrando a influência positiva e o apoio constante do Sr. Ignácio Suzuki em suas vidas. O Sr. Ignácio Suzuki é o mais velho de 04 irmãos: - Ludovico Youji Suzuki; - Bonifacio Kazuaki Suzuki; - Veronica Yukie Sato Suzuki; - Maria Kumiko Suzuki. Estudou no Colégio Estadual Frei Graciano Droessler no ano de 1949, que na época era chamado de Grupo Escolar 19 de Abril em homenagem aos povos originários. Ausentou-se temporariamente para servir ao Exército Brasileiro retornando no ano de 1960, onde continuou a desempenhar um papel ativo na comunidade local. Sua participação ativa nas Associações Religiosas e Civis da comunidade nipo-brasileira evidencia seu compromisso com o desenvolvimento e fortalecimento dos laços culturais e sociais. Como tradutor, ele foi uma peça fundamental nas reuniões, auxiliando seu pai, Koshiro Suzuki, que falava apenas japonês. Essa dedicação em superar barreiras linguísticas e culturais demonstra o seu profundo respeito e amor pela comunidade. No ano de 1986, o Sr. Ignácio Suzuki também teve uma experiência marcante como trabalhador dekassegui no Japão, contribuindo para a economia e estabelecendo laços internacionais. Sua atuação como representante dos imigrantes japoneses no exterior trouxe valiosas experiências e conhecimentos que ele compartilhou em seu retorno ao Brasil, no ano de 1989. S Aos 82 anos de idade, o Sr. Ignácio Suzuki continua ativo, trabalhando e administrando a propriedade herdada de seu pai, Koshiro Suzuki, que foi fundador da Colônia Esperança. Sua dedicação à Colônia Esperança, desde sua fundação, é evidenciada pelo seu envolvimento contínuo com as atividades culturais e religiosas da comunidade. Ele personifica os valores representados pelo símbolo da âncora e do coração da Colônia, que simbolizam um porto seguro e cheio de amor para os imigrantes japoneses que morriam sem amparo aos arredores dos portos onde desembarcavam, (SHIN, AI, SHOKUMINTI). SHIN- verdade AI- amor SHOKUMINTI- comunidade